03/03/20 - 11h27
Cinquenta ararinhas-azuis devem desembarcar no Brasil, na
tarde desta terça-feira (3), no Aeroporto de Petrolina, em Senador Nilo Coelho
(PE). As aves, vindas da Alemanha, serão levadas para a cidade de Curaçá, na
Bahia, onde um centro de reprodução foi construído especialmente para elas.
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), por medida de segurança, as araras vão passar por um
período de quarentena para adaptação e treinamento. Depois disso, serão soltas
na natureza para viver em vida livre. A primeira soltura está prevista para
2021. O ICMBio informou que existem hoje pelo mundo 163 aves da espécie.
Segundo o instituto a data – 3 de março – foi escolhida por
ser o Dia Internacional da Vida Selvagem, com objetivo de lembrar a fauna e a
flora do planeta, assim como alertar para os perigos do tráfico de espécies
animais selvagens no mundo.
Parceria
O ICMBio e a organização não governamental Association for
the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), da Alemanha, firmaram no ano
passado um acordo que oficializou a vinda das ararinhas do país europeu para o
Brasil. Entre os parceiros, estão, além da ONG alemã ACTP, o Fundo Brasileiro
para a Biodiversidade (Funbio), a Sociedade para a Conservação das Aves do
Brasil (SAVE Brasil), o Criadouro Fazenda Cachoeira, a Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de São Paulo (USP).
Histórico
As aves foram descobertas no início do século 19 pelo
naturalista alemão Johann Baptist von Spix. A ararinha-azul (Cyanopsitta
spixii), espécie exclusiva da Caatinga brasileira, teve sua população dizimada
pela ação do homem. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em
outubro de 2000, por ser alvo de caçadores e traficantes de animais. informou o
Instituto.
O ICMBio explicou que os poucos exemplares que restaram em
coleções particulares no mundo vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro,
todos no exterior.
A ararinha é considerada uma das espécies de ave mais
ameaçadas do mundo. Em 2000, foi classificada como Criticamente em Perigo
possivelmente Extinta na Natureza, restando apenas indivíduos em cativeiro.
*Estagiária sob supervisão de Maria Claudia