sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Subespécie raríssima da saíra-de-cabeça-azul é avistada na Chapada dos Veadeiros após quase 100 anos

 16 de setembro de 2021  Suzana Camargo


Até bem pouco tempo, uma subespécie específica da saíra-de-cabeça-azul só tinha sido observada uma única vez, em 1929, pelo naturalista alemão José Blaser, na região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Pouquíssimo se conhecia sobre a ave, já que havia apenas este indivíduo, coletado há quase 100 anos, e que pertence ao Field Museum of Natural History, de Chicago. O pássaro é considerado uma subespécie, a Stilpnia cyanicollis albotibialis.

Mas o novo encontro com a subespécie da saíra-de-cabeça-azul aconteceu absolutamente por acaso. No final do ano passado, em dezembro de 2020, o naturalista Estevão Santos e o biólogo Marcelo Kuhlmann realizaram uma expedição à Chapada dos Veadeiros para estudar a interação entre aves e a flora local durante um dos períodos mais propícios para esse tipo de observação, no início da época chuvosa. “Nessa época há vários tipos de frutos nas matas do Cerrado e árvores abarrotadas com eles que se tornam um chamariz para as aves e facilita a observação das espécies”, conta Santos.

Quando chegaram a uma propriedade, o dono da Fazenda Volta da Serra falou sobre uma trilha muito grande na área, dentro de uma mata de quase 500 hectares, e integralmente preservada. “Decidimos então explorar a mata e nas primeiras duas horas de caminhada nos deparamos com a saíra-de-cabeça-azul, na beira do rio São Miguel, comendo os frutos de uma pixirica (Miconia minutiflora), espécie de árvore muito comum no Cerrado. “Foi um encontro casual e fortuito”, diz o naturalista.

A redescoberta dessa subespécie de ave tão misteriosa para a ciência rendeu um artigo científico assinado por Santos e Kuhlmann no Bulletin of the British Ornithologists’ Club (BBOC). O naturalista explica que ela é considerada tão rara porque ficou muito tempo desaparecida e tem uma área de ocorrência muito restrita, sendo registrada até os dias de hoje apenas na Chapada dos Veadeiros.

“Ela é endêmica do Brasil e até agora só foi encontrada nesse local”, afirma Santos. Ele ressalta, entretanto, que a ave é uma subespécie da Stipnia cyanicollis, que tem ampla distribuição na Amazônia e nos Andes e é subdividida em sete subespécies.

 

A saíra comendo os frutos da pixirica

Tanto macho como fêmea possuem a mesma cor da plumagem das penas, de um azul extremamente vibrante na cabeça e o corpo preto com detalhes amarelados e alguns esverdeados na asa.

Como a mata onde a saíra-de-cabeça-azul foi avistada é muito grande, os pesquisadores suspeitam que podem haver mais indivíduos. “Pretendemos agora retornar àquela área nesse mesmo período de chuvas, talvez quando esse mesmo fruto que a vimos consumindo esteja frutificando, porque aí teremos chance de relocalizar novamente a ave e se há outros indivíduos na área”, revela o naturalista.

Ele ressalta ainda que é muito importante que moradores da região e observadores de ave também fiquem atentos e se mobilizem para tentar observar a subespécie naquela área e assim, obter mais informações sobre ela.

 

A redescoberta da subespécie após quase um século

Fotos: Marcelo Kuhlmann

https://conexaoplaneta.com.br/blog/subespecie-rarissima-da-linda-saira-de-cabeca-azul-e-avistada-na-chapada-dos-veadeiros-apos-quase-100-anos/#fechar

quarta-feira, 4 de março de 2020

Ararinhas azuis chegam ao Brasil nesta terça-feira



03/03/20 - 11h27
Cinquenta ararinhas-azuis devem desembarcar no Brasil, na tarde desta terça-feira (3), no Aeroporto de Petrolina, em Senador Nilo Coelho (PE). As aves, vindas da Alemanha, serão levadas para a cidade de Curaçá, na Bahia, onde um centro de reprodução foi construído especialmente para elas.

De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por medida de segurança, as araras vão passar por um período de quarentena para adaptação e treinamento. Depois disso, serão soltas na natureza para viver em vida livre. A primeira soltura está prevista para 2021. O ICMBio informou que existem hoje pelo mundo 163 aves da espécie.

Segundo o instituto a data – 3 de março – foi escolhida por ser o Dia Internacional da Vida Selvagem, com objetivo de lembrar a fauna e a flora do planeta, assim como alertar para os perigos do tráfico de espécies animais selvagens no mundo.

Parceria
O ICMBio e a organização não governamental Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), da Alemanha, firmaram no ano passado um acordo que oficializou a vinda das ararinhas do país europeu para o Brasil. Entre os parceiros, estão, além da ONG alemã ACTP, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), o Criadouro Fazenda Cachoeira, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de São Paulo (USP).

Histórico
As aves foram descobertas no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix. A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), espécie exclusiva da Caatinga brasileira, teve sua população dizimada pela ação do homem. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000, por ser alvo de caçadores e traficantes de animais. informou o Instituto.

O ICMBio explicou que os poucos exemplares que restaram em coleções particulares no mundo vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro, todos no exterior.

A ararinha é considerada uma das espécies de ave mais ameaçadas do mundo. Em 2000, foi classificada como Criticamente em Perigo possivelmente Extinta na Natureza, restando apenas indivíduos em cativeiro.

*Estagiária sob supervisão de Maria Claudia

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Família Furnariidae – Subfamília Synallaxiinae


acrobata_Acrobatornis fonsecai

arredio_Cranioleuca pyrrhophia

arredio-de-papo-manchado_Cranioleuca sulphurifera

arredio-de-peito-branco_Cranioleuca vulpecula

arredio-do-gravatá_Limnoctites rectirostris

arredio-do-rio_Cranioleuca vulpina

arredio-oliváceo_Cranioleuca obsoleta

arredio-pálido_Cranioleuca pallida

bichoita_Schoeniophylax phryganophilus

boininha_Spartonoica maluroides

casaca-de-couro_Pseudoseisura cristata

casaca-de-couro-de-crista-cinza_Pseudoseisura unirufa

cochicho_Anumbius annumbi

coperete_Pseudoseisura lophotes

corredor-crestudo_Coryphistera alaudina

curutié_Certhiaxis cinnamomeus


estrelinha-preta_Synallaxis scutata

garrincha-chorona_Asthenes moreirae

graveteiro_Phacellodomus ruber


grimpeirinho_Leptasthenura striolata

grimpeiro_Leptasthenura setaria

joão-baiano_Synallaxis cinerea

joão-botina-da-mata_Phacellodomus erythrophthalmus

joão-botina-do-brejo_Phacellodomus ferrugineigula

joão-chique-chique_Synallaxis hellmayri

joão-da-canarana_Certhiaxis mustelinus

joão-de-barba-grisalha_Synallaxis kollari

joão-de-barriga-branca_Mazaria propinqua

joão-de-cabeça-cinza_Cranioleuca semicinerea

joão-de-pau_Phacellodomus rufifrons

joão-de-peito-escuro_Synallaxis albigularis

joão-de-roraima_Roraimia adusta

joão-do-araguaia_Synallaxis simoni

joão-do-norte_Synallaxis sp.

joão-do-pantanal_Synallaxis albilora

joão-do-tepui_Cranioleuca demissa

joão-escamoso_Cranioleuca muelleri

joão-escuro_Synallaxis macconnelli

joão-folheiro_Metopothrix aurantiaca

joão-grilo_Synallaxis hypospodia

joão-liso_Thripophaga fusciceps

joão-pintado_Cranioleuca gutturata

joão-platino_Asthenes hudsoni

joão-teneném_Synallaxis spixi

joão-teneném-becuá_Synallaxis gujanensis

joão-teneném-castanho_Synallaxis rutilans

lenheiro_Asthenes baeri

lenheiro-da-serra-do-cipó_Asthenes luizae

lenheiro-de-rabo-comprido_Asthenes pyrrholeuca

petrim_Synallaxis frontalis

pichororé_Synallaxis ruficapilla

pi-puí_Synallaxis cinerascens

puruchém_Synallaxis cherriei

rabo-amarelo_Thripophaga macroura

rabudinho_Leptasthenura platensis

tatac_Synallaxis infuscata

tio-tio_Phacellodomus striaticollis

tio-tio-pequeno_Phacellodomus sibilatrix

uí-pi_Synallaxis albescens