BRUNO CALIXTO
24/06/2016 - 15h38 - Atualizado 24/06/2016 16h28
Revista Época – blog do planeta
A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), uma das espécies mais
raras do Brasil (Foto: SAVE Brasil)
Uma boa notícia para os amantes dos pássaros. A
ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), uma das espécies mais raras do Brasil, foi
avistada no último sábado (18) em Curaçá, Bahia. (Confira o vídeo no final da matéria.)
A ararinha-azul é classificada como extinta na natureza. Ela
não é vista voando livremente no meio ambiente desde o ano 2000. Há, hoje,
pouco mais de 100 indíviduos em cativeiro. Pesquisadores e biólogos estão
cuidando desses indivíduos para, no futuro, reintroduzir a espécie na natureza.
Um desses projetos prepara a comunidade local de Curaçá, onde fica o hábitat da
ararinha, para que os moradores cuidem dos pássaros reintroduzidos. Foi
justamente essa comunidade que registrou a ararinha.
Primeiro, a ararinha-azul foi avistada pelo agricultor Nauto
Oliveira no sábado. Ele avisou a família e, no domingo de manhã, sua mulher,
Lourdes Oliveira, e filha, Damillys Oliveira, foram ao local fazer o registro.
O vídeo da ararinha voando foi feito por Damillys, de 16 anos, usando um
celular. Eles enviaram as imagens para o diretor da SAVE Brasil, Pedro Develey,
que confirmou que era uma ararinha-azul graças ao som feito pelo pássaro.
Ao Blog do Planeta, Develey disse que o aparecimento dessa
ararinha é um mistério. “Nós temos quase 100% de certeza de que ela estava em
cativeiro. Agora, o que aconteceu é um mistério. Ela fugiu? Alguém a soltou?
Quem manteria um animal como esse preso, em segredo, por tanto tempo?” Segundo
ele, recentemente o Ibama fez uma operação de fiscalização na região para
apreender gaiolas e libertar pássaros. A operação pode ter feito com que o
“dono” da ararinha decidisse soltar o animal.
O vídeo foi recebido com entusiasmo pela comunidade local e
pelos ambientalistas. As imagens mostram a ararinha voando sem dificuldades, e
os relatos dos moradores revelam que ela tem condições de sobreviver. Ainda
assim, os pesquisadores decidiram fazer uma expedição para a região neste fim
de semana (25) para tentar entender melhor o mistério.
Para Pedro Develey, o caso mostra que sempre devemos ter
esperanças na luta pela proteção de nossa biodiversidade. Além disso, mostra a
importância de trabalhar com moradores e comunidade local. “Uma comunidade
engajada ajuda a proteger a ararinha e ao mesmo tempo afasta os traficantes de
animais”, diz.
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